Caso Marielle Franco reascende discussão sobre a importância da autonomia da Polícia Científica em todo o Pais; após 6 anos, três suspeitos de encomendar o crime foram presos

24/03/2024 16/04/2024 12:18 1205 visualizações

Da Ascom

A Polícia Federal prendeu preventivamente, na manhã deste domingo, 24, três suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes em março de 2018, no Rio de Janeiro. Os presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, além do delegado de Polícia, Rivaldo Barbosa, que chefiava a Polícia Civil do Rio de Janeiro à época do crime e chegou a prestar informações às famílias das vítimas.Foto: Agência O Globo

O crime e as prisões ocorridas hoje (24/03), 6 anos após o ocorrido, reascendem as discussões sobre a importância da Autonomia da Polícia Científica em todo o País. Destaca-se que o Rio de Janeiro é um dos únicos estados da federação onde a Perícia não possui autonomia, permanecendo subordinada ao delegado geral da Polícia Civil. Os mandados cumpridos hoje foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Somente após 41 dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o carro em que eles estavam foi encaminhado para uma segunda Perícia. Esse atraso evidencia não apenas a complexidade do caso, mas também a necessidade urgente de autonomia para a Polícia Científica. Essa falta de independência compromete não apenas a eficácia das investigações, mas também mina a credibilidade do sistema de justiça no País.

Foto: Divulgação, web

Em contraste, em outros estados onde a Polícia Científica goza de autonomia, os resultados são notavelmente diferentes. Com liberdade para conduzir suas próprias investigações e emitir laudos periciais sem interferência política, essas instituições têm sido fundamentais na busca pela verdade e na garantia da justiça.

A falta de autonomia da Perícia, o que ainda ocorre em vários estados da federação, contribui para um cenário de impunidade, onde casos como o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes permanecem sem respostas claras. A atuação das milícias como a possível causa desses assassinatos, conforme apontado pelas investigações, ressalta a urgência de fortalecer a independência da Perícia Criminal.

Para garantir a efetividade das investigações e a confiança da população no sistema de justiça, é essencial que o Estado do Rio de Janeiro conceda autonomia à Polícia Científica. Somente assim será possível combater a impunidade e assegurar que crimes como o de Marielle e Anderson sejam devidamente esclarecidos, trazendo justiça às vítimas e suas famílias. (Com informações do site opinativo Político).